[RESENHA] Eu te Darei o Sol – Jandy Nelson / Editora Novo Conceito
Eu te darei o Sol - Jandy Nelson
P.S. Livro cortesia da editora parceira.Sinopse: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.
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“Afinal, quem sabe? Quem sabe alguma coisa? Quem sabe quem está no controle? Ou o quê? Ou como? Quem sabe se o destino é apenas como você conta para si mesmo a história da sua vida?”
EU
TE DAREI O SOL, trás uma temática mais densa, o
livro apesar da pouca idade dos personagens não é infantil, pelo contrário é intenso
e com reflexões maduras, abordando temas como traição, homossexualidade, bullying,
perdão e relações familiares. Narrado a partir de dois pontos de vistas temos
Noah e Jude, irmãos gêmeos que contam a história cada um em uma época de suas
vidas diferentes, Noah no passado com idade entre os 13 e 14 anos, e Jude no
presente com 16 anos.
O primeiro momento,
analisando o ponto de vista do Noah;
Noah é homossexual e
não consegue admitir isso, ele desenha e usa a arte como forma de se expressar.
Ele é filho preferido de sua mãe, um jovem solitário, reservado, recluso e
acaba sofrendo vários bullying devido a isso.
Jude por outro lado é a queridinha do pai,
extrovertida, alegre, forte, linda e determinada. Ela é surfista e muito
popular, seus longos cabelos loiros encantam por onde passam. Assim como Noah
ela é muito talentosa, só que ao invés de, desenhar ela faz esculturas de
areia.
Como mencionei
anteriormente, Jude e Noah são irmãos gêmeos, e como tal se amam, a relação
entre eles é linda. Entretanto, Noah acredita que por ter um jeito de ser mais
sutil, delicado, seu pai não gosta dele, já Jude justamente por ser mais ativa
e ter facilidade com os esportes acaba tendo maior afinidade com o pai e
acredita que sua mãe não gosta dela, por preferir a Noah. Essa disputa entre os
irmãos buscando mais atenção de seus pais, movida pelo ciúme e em determinado
momento até instigada por seus próprios pais – algo que realmente me deixou com
raiva em alguns momentos do livro -, acaba criando entre eles rivalidade. Como
adultos, como pais, deveriam pensar um pouco melhor antes de agir, o que me levou
para um ponto de reflexão: Como é difícil educar, como uma atitude, uma simples
falha pode causar problemas entre nossos filhos.
"(...)Nossas personalidades reais escondidas nas profundezas destas personalidades impostoras."
Em um segundo
momento, quando analisamos o ponto de vista de Jude, notamos o quanto os
personagens se transformaram em pouco tempo;
Noah abandonou sua
arte, ele não desenha mais, passou de acuado e tímido, para o garoto mais
popular do colégio, lindo, destemido e sempre disposto a novos desafios. Vive bêbado
e até está namorando uma garota linda que uma dia já foi amiga de Jude.
Jude se apagou,
perdeu seu brilho, deixou de ser popular, não tem mais amigos, vive isolada e
sozinha, e mesmo que siga fazendo suas esculturas, elas parecem nunca dar
certo. Tornou-se de certo modo uma religiosa e já não surfa mais.
“Penso em como a mamãe disse a Noah que era responsabilidade dele ser fiel ao seu coração. Nenhum de nós tem sido. Por que é tão difícil? Por que é tão difícil saber o que significa essa fidelidade?”
Mas o que aconteceu?
O que fez com que esses dois irmãos que antes eram unidos não se falarem mais? Qual
a tragédia que os separou? Um abismo de mentiras os separa, fazendo com que
ambos tenham que lidar com o sentimento de culpa e vergonha, a relação de
irmandade tão linda que eles tinham deixou de existir, o amor ainda está
presente, mas infelizmente por baixo de muitas camadas de dor, amargura e
tentativas falhas de autopreservação.
Durante a leitura
você acaba ficando com um milhão de perguntas em sua mente, descobrindo os
verdadeiros segredos por trás de cada situação e como a narrativa do passado se
liga com a narrativa do presente. Você vai do ódio ao amor em um piscar de
olhos e acaba gostando dos dois protagonistas.
Apesar de nos
apresentar uma trama muito bem escrita, abordando temas relevantes e um enredo
capaz de emocionar e nos fazer refletir, Eu te Darei o Sol não entrou para
minha lista de mais amados, na verdade eu demorei a me envolver com os personagens
e em alguns momentos achei o desenrolar cansativo.
No geral a história é
realmente linda e eu recomendo. O livro trás muitas frases inspiradoras, ele
trabalha o amor de maneira sensível, da importância do diálogo, nos apresenta
momentos surpreendentes, um final fofo e agradável, existem também grandes
lições e reflexões não apenas para quem ama histórias que se assemelhem a
realidade, mas para o publico em geral.
''Talvez algumas pessoas simplesmente tenham sido feitas para estar na mesma história.''
Não posso deixar de
elogiar o trabalho maravilhoso que a Editora Novo Conceito fez com a obra, capa
e diagramação lindas, além claro do carinho com o kit lindo que recebi junto com o livro.
BOOK TRAILER
Até a próxima! Bye.

1 comentários
Eu tenho padecido de uma enorme vontade de ler esse livro desde que comecei a ver várias resenhas positivas dele uma após outra. Gosto de livros com essa pegada emotiva e que discutem a família e as consequências de pequenas coisas na educação das crianças.
ResponderExcluirAdorei tua resenha, trouxe informações sobre a história que não vi em outros blogs, me deixou com mais vontade ainda de ter o livro em mãos.
Ah, realmente a Novo Conceito tem acertado em suas capas, ultimamente elas estão muito bonitas.
Pandora
#DoQueEuLeio