[RESENHA] Sociedade J. M. Barrie - Barbara J. Zitwer / Editora Novo Conceito
SOCIEDADE J.M. BARRIE - Barbara J. Zitwer
Sinopse: Joey, uma arquiteta nova-iorquina que só pensa em trabalho, está em Cotswolds para supervisionar a restauração da majestosa mansão que inspirou J. M. Barrie a escrever Peter Pan. Os moradores da região não foram exatamente receptivos e também havia um problema com o zelador da mansão, um homem que parecia determinado a arruinar os planos dela. Com essa situação, Joey logo começa a pensar que não conseguirá fazer nada certo neste projeto e também em sua vida, até descobrir a Sociedade de Natação de Senhoras J. M. Barrie e começar a nadar com elas em sua Terra do Nunca particular. Para Joey, conhecer Aggie, Gala, Meg, Viv e Lilia vai ser uma grande experiência de vida e o começo de um relacionamento que vai transformá-la de uma maneira mais que extraordinária...
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Joey é viciada em
trabalho, ou melhor, dizendo, ela vive o trabalho, após passar por um
relacionamento secreto, que terminou deixando mágoas, optou por focar sua vida
única e exclusivamente para aquilo que
nasceu para fazer, ou seja, trabalhar. Uma mulher inteligente, elegante, porém
solitária, inconscientemente tem por hábito afastar todos a sua volta, foi
assim com sua melhor amiga e pai. A única que ainda permanece firme ao seu lado
é sua cachorrinha Tink, um ser especial e fofo. Por ter um coração generoso
algumas pessoas acabam por abusar de sua boa vontade e ideias, porém toda
dedicação está para ser recompensada, Joey poderá liderar um projeto muito
importante, não apenas pelo seu valor, mas pelo contexto histórico: Reformar Stanway
House, casa na qual o autor J. M. Barrie escreveu uma de suas histórias
preferidas – PETER PAN.
Munida de toda
determinação e animação, Joey junto com Tink embarcam para Inglaterra e além das
paisagens maravilhosas ela encontra moradores locais nada felizes com a
restauração. Problemas a vista? Talvez, pois Joey também contará com o
privilégio de conhecer um grupo de amigas nada convencional, que tornará sua
aceitação e adaptação mais tranquila.
Joey me conquistou
logo de cara. Ao longo de cada capítulo somos capazes de acompanhar o desabrochar
de uma mulher que vivia enclausurada em si mesma, após tantos altos e baixos,
entrega a sua profissão, poder estar à frente de um projeto tão importante a
enche de orgulho e fascínio, portanto passa a se dedicar mais e mais, lendo
livros relacionados a J. M. Barrie, buscando de alguma forma tornar a
restauração da casa, mais que um mero empreendimento. Porém, estar na
Inglaterra, em um lugar tão diferente de seu habitat, com pessoas que não a
enxergam com bons olhos, faz com que ela sofra um choque cultural, que passe a
enxergar o lugar e seus habitantes de uma maneira diferente. Como mencionei
anteriormente Joey se afastou de sua melhor amiga, não que elas não se falem
com frequência, mas com o passar dos anos e falta de tempo para se encontrarem
fez com que ambas perdessem momentos importantes uma para a outra e
consequentemente que se tornassem estranhas, mas quando se dão conta disto um
novo impasse surge, será que compensa recomeçar, ou é melhor seguir cada uma
com a sua vida?
“(...) Mas se você se fechar diante de qualquer gesto bem-intencionado e de qualquer agrado inocente, vai espantar algo verdadeiro.”
Em meio a tanta coisa
que absorve sua mente, problemas pessoais, profissionais, sua válvula de escape
se torna correr em meio às trilhas perto de sua casa e é em meio a um destes
momentos que ela se depara com a Sociedade J. M. Barrie – senhoras que se
juntam para nadar todos os dias, seja inverno ou verão -, e depois deste
encontro nada mais será como antes.
“Joey sentia-se em união com a água, com a brisa, com o céu e o dia, com sua vida e com tudo da vida. Tudo o que via — pássaros, árvores, o sol, o mato — de repente pareceu mais vivo, mais definido, renovado.”
Eu busquei uma maneira
de incluir o romance da trama na minha resenha, mas nada em que pensei me fez
adicioná-lo de maneira gradual, então vai de supetão mesmo. Não poderia ter
sido mais bem colocado, é natural, real, leve e ainda assim intenso, uma troca,
onde ambos vão aprender e ensinar. Uma libertação e cura. Ele não é o foco da
obra, paira em segundo plano, mas quando começamos a sondar as possibilidades
não paramos mais e sem que notemos já estamos com torcida organizada pela
felicidade do casal. O que não significa que irá acontecer.
“(...) A liberdade pode ser solitária. A gente paga um preço alto para conservar a própria independência.”
SOCIEDADE
J. M. BARRIE me surpreendeu totalmente. Quando li
o título e logo após a sinopse pensei que encontraria algo totalmente
diferente, talvez até um pouco de fantasia e releitura de Peter Pan, porém o
que encontrei verdadeiramente foi uma bela homenagem da autora, homenagem essa feita
de maneira muito sutil, nos pequenos detalhes, fato esse que abrilhantou ainda
mais o enredo. E apesar de toda simplicidade da narrativa, da maneira
despretensiosa e cotidiana que a autora usou para desenvolver à obra, a mesma
não poderia ser mais reflexiva, marcante e encantadora.
“— Estar vivo significa se machucar — respondeu Joey. — Não existe meio-termo.”
Barbara J. Zitwer foi
sagaz na construção de seu enredo. Usando elementos simples, cenários bem
explorados, ela realmente foi capaz de nos transportar para dentro da história
e fazer com que nos identificássemos com seus personagens. E isso não inclui
apenas a nossa protagonista, já que pra mim todos os personagens apresentados
se destacaram.
Falar das senhoras da
Sociedade J. M. Barrie é um privilégio, queria ter a chance de conhecer seres
tão intrigantes e incríveis assim em minha vida real, onde vitalidade transpira
a cada poro, mulheres guerreiras, cheias de energia, histórias para contar,
ensinamentos a compartilhar e uma fonte infinita de inspiração para jorrar.
Apaixonante!
Mesmo que fique aqui
falando e falando, ainda assim algo será deixado de lado, o que quero dizer a
vocês caros leitores, é que a obra realmente é linda e conquistou meu coração. Tratando
sobre recomeços, conceitos de amizade, companheirismo, parceria e amor,
Sociedade J. M. Barrie se tornou uma leitura indispensável para todos aqueles
que buscam por reflexão, entretenimento, leveza e um pouquinho de realidade em
meio à fantasia da terra do nunca. O que me lembra de outro ponto que aprendi
aqui: A juventude está dentro de cada um
de nós, descubra a fonte da sua.
Preciso deixar meus
parabéns para a NOVO CONCEITO, capa linda, condizente com a obra, diagramação
simples e muito bem finalizada. Gostei da fonte e do espancamento. Arrasaram!
Até a próxima! Bye.

1 comentários
Oi Biia! Essa capa é linda demais! Confesso que quando li a sinopse do livro não tinha me chamado muita atenção, mas lendo sua resenha eu entendi melhor a proposta do livro e fiquei morrendo de vontade de ler.
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